Destino
Nascida para viver, amar e morrer,
Na vida me quedo ainda.
Uma vida com altos e baixos,
De cores ora garridas, ora soturnas,
Delícias ou amargos de mim,
Que guardo no pergaminho das memórias,
Na colectânea de vidas sonhadas ou vividas…
Por minhas mãos desenhada,
Pelo tempo colorida.
Palmilhando vou…
Ora afoita, ora tranquila,
O caminho assaz longo
Do meu destino.
Dos bens materiais alheada,
Assim caminho…
Lado a lado,
Com uma vontade de viver
Forte, livre, conscienciosa
E o medo de me levar a morte, ainda nova.
Caminhando vou…
Seja noite ou seja dia,
Com tristeza ou euforia.
No traje com que me cubro
Dois bolsos cheios de nada,
Num deles transporto a vida,
No outro transporto a morte.
Uma alma cheia de tudo
Um corpo que se faz nada.
Faço da vida estandarte
Um objectivo a atingir
Até que a morte em surgindo
Me obrigue a desistir.