Poema ladrão
Um poema composto por dois a três versos retirados de poemas de doze grandes poetas portugueses e brasileiros, e ainda, de um dos meus autores preferidos, Pablo Neruda (Alterados, apenas, no que considerei estritamente necessário.)
Fernando Pessoa; Vinicius de Moraes; Mário Quintana;Florbela Espanca;
Carlos Drummond de Andrade; Pablo Neruda; Cecília Meireles;
Natália Correia; Mário Sá Carneiro; Mário Cesariny; António Nobre e Bocage.
POEMA LADRÃO
Nas grandes horas, em que a insónia avulta F.Pessoa
Cismo, cheio de nada, e a noite é tudo.
E enquanto a noite enlouquece Vinicius de Moraes
A lua vira o outro quarto
Porque o tempo é uma invenção da morte Mário Quintana
para nos dar a eternidade inteira.
Se me ponho a cismar em outras eras Florbela Espanca
Fico, pensativo, olhando o vago
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem Carlos Drummond
E os olhos não choram…
As diurnas longitudes do teu corpo
Porque é tão curto o amor e tão longo o esquecimento. Pablo Neruda
O que é preciso é ser como se já não fôssemos, Cecília Meireles
severos connosco, pois o resto não nos pertence.
Dão-me um lírio e um canivete Natália correia
Penteiam-me o crânio ermo
Castrado de alma e sem saber fixar-me,
Tenho medo de Mim. Quem sou? De onde cheguei? Mário Sá Carneiro
Serei um emigrado doutro mundo?
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada! Mário Cesariny
Sê Alma do corpo nu.
Quanta injustiça! Quanta dor! Quantas desgraças! António Nobre
Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse Bocage
Arder entre clarões de cóleras
E na Razão, que os excessos aborrece...
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In ”Muita Poesia e Pouca Prosa”