Roteiro minhoto
     (foto da Gavieira)


Saí de casa bem cedo,
Num dia de sol radioso
E fui até ao Lindoso.

Continuando viagem
Fui até à Gavieira...
Que paisagem soalheira!

No Mezio , no Soajo,
Espraiei olhos pelos montes,
Bebi a água das fontes.

Vi brandas e inverneiras,
Vacas pastando erva escassa,
Pela estrada onde se passa.

Garranos à solta nas matas,
Em plena liberdade,
Fazem-me odiar a cidade.

Na região de Melgaço,
Cães de Castro Laboreiro,
Muita venda de fumeiro.

Aqui, provei o presunto
Pouco gordo e bem macio,
Depois de curado p’lo frio.

De regresso por Monção,
Longe, mas bom caminho,
Fui provar o Alvarinho.

A paisagem vai mudando...
Já vejo muita videira
E o Palácio da Brejoeira.

De volta a caminho dos Arcos,
Que são os de Valdevez,
Não vou p’ra casa de vez.

Vou p’ra Paredes de Coura,
Se me dão vossa licença,
Visita de pouca detença.

O festival já passou.
A noite já se aproxima.
Vamos ver o rio Lima.

Em Ponte do Lima, sereno.
E em Viana,  junto ao mar.
Estou quase a terminar.


Eis-me junto ao Gil Eanes,
Ex-navio bacalhoeiro,
Onde findo meu roteiro.