Brincando com a morte A todos nós devia preocupar um holocausto passado que ninguém pode afiançar que possa surgir disfarçado em múltiplos e diabólicos holocaustos sem gás ou bazucas com trabalho forçado ou escravo. Vivemos numa sociedade que vai urdindo pequenos extermínios diante dos nossos olhos. Vivemos numa sociedade em que se mata quem é incómodo só para silenciar o que devia ser dito. Fecham-se e ardem empresas e florestas atirando para miséria um número incontável de famílias. Maltrata-se constantemente aqueles e aquelas que neste país deviam ser respeitados pelas mais altas instâncias… Porque esta sociedade não precisa Nem de polícias, nem de professores, nem de operários… “Esta sociedade de ordinários” só precisa de ladrões e gente malformada, analfabeta, pobre e facilmente manipulável. Vivemos numa sociedade em que o sangue se adultera… Uma sociedade movida a álcool, tantas vezes… Em que se mata e destrói por tudo e por nada. Onde já não se reconhece o valor da família… Mata-se, pai, mãe, mulher, filhos, amigos… Não importa que seja conhecido ou desconhecido. Mata-se quem é incómodo porque já deu o que tinha a dar… Enfim, mata-se por tudo e por nada com pistola ou à facada… Se não for o interessado a fazê-lo, Terá morte encomendada. É um salve-se quem puder para ter, enfim, a vida sonhada… Uma vida de fachada. Lucibei@poems Lúcia Ribeiro In “Muita Poesia e Pouca Prosa” Lucibei
Enviado por Lucibei em 27/01/2020
Alterado em 27/01/2020 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |