Sou um cara muito fraco Sou um cara muito fraco E gosto de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada. Mesmo sendo proibido. E agora? Andar muito não consigo Nem sequer tenho um carocha E o piso é como rocha. Refrão Sou um cara muito fraco E gosto de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada Mesmo sendo proibido. Olhei bem lá para o longe E no desfazer da curva Avistei um belo carro Conduzido por um coroa Velho, mas gente boa. Que parou e todo simpático De cremalheira postiça Me ofereceu uma carona. Refrão Sou um cara muito fraco E gosto de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada Mesmo sendo proibido. Agora, já estou servido. Entro a medo no jaguar Que longe me há de levar. De sorriso Pepsodent Achando-me boa gente Ofereceu-me corona fresca E se há coisa que penso É que a vida é uma festa. Refrão Sou um cara muito fraco E gosto de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada Mesmo sendo proibido. E o carro que agora partilho Até tem um frigorífico Muita corona fresca O que acho magnífico. E como fraco e pacífico Bebemos os dois sem parar Entre abraços e apertos E muito tempo a palrar. Refrão Sou um cara muito fraco E gosto de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada Mesmo sendo proibido. Acabado o meu percurso Deixou-me o dito coroa junto ao café da patroa Já para lá do concelho. Comecei a sentir-me mal E a dona chamou os bombeiros Que depressa ali chegaram Levando-me ao hospital. Refrão Sou um cara muito fraco E gosto de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada Mesmo sendo proibido. Fizeram-me logo os testes E viram que afinal eu tinha sido infetado Por um coroa afamado Ao beber umas coronas E a respirar o bicho De nome corona vírus Que trazia de outras zonas. Refrão Sou um cara muito fraco Que gostava de sair do barraco. C’um caneco! Fiz-me à estrada Mesmo sendo proibido… O velho deu-me carona Fartou-se de falar comigo Bebemos toda a corona E agora bem infetado Pelo velhote asseado Sinto que estou acabado E por não me ter protegido… Sinto que estou bem f-----o. Lucibei@poems Lúcia Ribeiro In “Muita Poesia e Pouca Prosa” Lucibei
Enviado por Lucibei em 22/04/2020
Alterado em 22/04/2020 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |